terça-feira, 12 de novembro de 2019

Por que correr é bom para a saúde mental dos mais velhos


Se perguntar para os corredores por que saem cedo da cama, mesmo com frio, para passar minutos ou até horas se desgastando, a maioria deve responder: porque a sensação depois faz valer a pena.
Claro, isso se o atleta gostar de correr —do contrário, vai parecer um sofrimento infindável. Mas a corrida (e o exercício físico em geral) libera endorfina, substância que gera prazer. Além, claro, de fazer bem à saúde por ser uma maneira de combater o sobrepeso e as doenças relacionadas.
O benefício, no entanto, chega até a mente do praticante, ainda que ele tenha começado no esporte tardiamente. Segundo o jornal The New York Times, um estudo da Universidade McMaster, no Canadá, testou quais exercícios podem ser mais efetivos em aumentar tanto a capacidade cardiorrespiratória quanto a memória.
Os pesquisadores reuniram 64 homens e mulheres com 60 anos ou mais e analisaram seus desempenhos físico e mental. O foco deste último foi a lembrança similar, como ir ao mesmo estacionamento dois dias seguidos, mas parar o carro em lugares diferentes. Esse tipo de memória normalmente diminui com a idade.
Os participantes foram divididos em três grupos: um de alongamento (grupo de controle), um de caminhada moderada e um de caminhada intervalada. No segundo, eles caminhavam três vezes por semana por cerca de 50 minutos.
Já no terceiro, o exercício leve era intervalado com o aumento da inclinação da esteira por três ciclos, para acelerar o batimento cardíaco, chegando em torno de 90% da frequência máxima de cada indivíduo.
Esses testes duraram 12 semanas, quando a análise dos desempenhos físico e mental foi repetida. Quem praticou exercícios leves não teve ganhos significativos, mas, quanto mais capacidade física a pessoa demonstrava, melhor era sua memória.
Segundo a supervisora do estudo, Jennifer Heisz, afirmou ao New York Times, a principal descoberta é que não é tarde para quem está na meia-idade ou já passou dela começar a fazer exercícios para proteger a mente. A atividade, porém, deve ter um nível de intensidade mais alto.
É neste ponto que entra a corrida. Num treino leve, os batimentos giram em torno de 60%, a depender do indivíduo (os meus, sempre na casa dos 70%), o que já garante uma intensidade mínima à prática. E as planilhas de treino raramente são compostas de apenas treinos leves, variando tanto em velocidade quanto em inclinação.
Mas sempre é bom lembrar: acompanhamento médico e profissional é indispensável, independentemente da idade. A supervisão, contudo, se torna ainda mais importante quanto maior for esse número.

Patricia Pamplona - FOLHA

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