Todo mundo quer ser simpático. No afã de sermos cordiais, toleramos o intolerável e aceitamos o inaceitável só para não criarmos caso e parecermos chatos.
Infelizmente, isso não acontece com boa parte dos brasileiros, sendo substituída pelo medo de dizer o que está acontecendo e reivindicar seus direitos perante as autoridades, acabando aceitando todas as indiferenças e prejuízos causados pelos não atendimento adequado. Para que protestar?
O aperfeiçoamento das sociedades democráticas exige a expressão política do povo. Do contrário, degringola . Democracia é bom, mas dá trabalho. Não é algo que se possa abandonar nas mãos de Deus.
O povo brasileiro tem a obrigação de manifestar à classe política sua indignação e seu inconformismo. Os políticos funcionam sob pressão. A expressão da opinião pública é mais poderosa do que parece.
Em 1923, Tóquio foi devastada por um terremoto. Voltou a ser destruída na Segunda Guerra Mundial. A cada vez, seus habitantes transformaram suas ruínas em construções. Nós , brasileiros, temos de nos educar e fazer o mesmo.
Ficar omisso, querendo ser simpático, enquanto a qualidade de vida nas cidades brasileiras se degrada, é inconsequente. É como fechar a porta da cozinha para não ver a louça suja que temos de lavar.
Parece cordialidade e simpatia, mas é comodismo e preguiça.
Matéria publicada folha de S. Paulo – Sábado 27/04/13 – 2 mundo 2 de responsabilidade de Alexandre Vidal Porto é escritor e diplomata. Este artigo reflete apenas as opiniões do autor .
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