domingo, 7 de setembro de 2014

7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil


7 de Setembro é a data nacional do Brasil.  Comemora a independência do País. Vamos conhecer a sua história de forma resumida, o Monumento dedicado à Independência, o Museu Paulista, também conhecido como Museu do Ipiranga, e o porque da Casa do Grito:
Bandeira do Brasil Império. Primeira bandeira brasileira após a Independência.
(fotografias de/photos by Rogério P.D. Luz)
Monumento à Independência
A HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA
A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes do País, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade do Brasil, durante o processo da Inconfidência Mineira.
Dia do Fico
Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico.”
O processo de independência
Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembléia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o ” cumpra-se “, ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.
O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembléia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : ” Independência ou Morte !”. Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.
Pós Independência
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.
Monumento à Independência, em São Paulo, Parque da Independência no bairro do Ipiranga
MONUMENTO À INDEPENDÊNCIA
(fonte: Museu da Cidade – PMSP no http://www.museudacidade.sp.gov.br)
Bandeira do Brasil no Parque da Independência
O Monumento à Independência foi criado em 1922 como parte das comemorações do centenário da emancipação política brasileira. Em 1917, o Governo do Estado organizou um concurso, aberto à participação de artistas brasileiros e estrangeiros que apresentaram projetos e maquetes. O conjunto de maquetes foi exposto no Palácio das Indústrias. O meio cultural fez críticas à realização do concurso, à participação de artistas estrangeiros e à composição da comissão julgadora. O projeto vencedor foi o do artista italiano Ettore Ximenes, cuja aprovação não teve a unanimidade da comissão, que estranhou a ausência de elementos mais representativos do fato histórico brasileiro a ser perpetuado. O projeto de Ximenes foi então alterado, com a inclusão de episódios e personalidades vinculados ao processo da independência, tais como: a Revolução Pernambucana de 1817, a Inconfidência Mineira de 1789, as figuras de José Bonifácio de Andrada e Silva, Hipólito da Costa, Diogo Antonio Feijó e Joaquim Gonçalves Ledo, principais articuladores do movimento.
O monumento, embora não concluído, foi inaugurado em 7 de setembro de 1922, ficando completamente pronto somente quatro anos depois.
Ao longo do tempo, o monumento sofreu vários acréscimos. Em 1953, começou a ser construída, em seu interior, a cripta, onde seriam depositados os despojos da Imperatriz Leopoldina, em 1954. Em 1972, consolidou-se a sua sacralização com a vinda dos despojos de D. Pedro I e, posteriormente, em 1984, dos restos mortais de D. Amélia, segunda Imperatriz do Brasil.
Em 2000 foi criado um novo espaço em seu interior, concebido pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), possibilitando o acesso público às entranhas desta escultura comemorativa. O trabalho concentrou-se nas alterações arquitetônicas no interior do monumento: novos acessos da Capela Imperial, construção da escada monumental , sanitários, áreas de apoio e serviços. Externamente foram restaurados os grupos escultóricos do monumento. O painel em alto-relevo, “Independência ou Morte”, recebeu intervenção interna e externa.
GRUPO ESCULTÓRICO REPRESENTANDO A INCONFIDÊNCIA MINEIRA DE 1789
A Inconfidência Mineira foi uma conspiração que ocorreu em 1789 em Vila Rica, hoje Ouro Preto. Entre os fatores que determinaram o movimento destacam-se os excessos cometidos pelas autoridades escolhidas pelo governo português para administrar a região das minas, a decadência da produção de ouro, que se acentuou a partir de meados do século XVIII e, ainda, o sistema de cobrança dos quintos devido à Coroa. Quando o ouro entregue não perfazia 100 arrobas (cerca de 1500 quilos), era decretada a derrama, ou seja, o que faltasse seria cobrado de toda a população, pela força das armas. Os excessos cometidos pelas autoridades por ocasião da derrama levaram o povo ao desespero. A conspiração se deu devido às idéias de liberdade trazidas por estudantes brasileiros que tinham realizado cursos superiores na Europa e, sobretudo, pelo conhecimento da independência dos Estados Unidos, cujos colonos, revoltados também contra o sistema fiscal de sua metrópole, tinham se libertado da Inglaterra. Os principais personagens foram Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga e Tiradentes.
ESCULTURA REPRESENTANDO DIOGO ANTONIO FEIJÓ
A história de seu nascimento não é exata. Teria nascido em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784. Foi professor de geografia, francês e história nas vilas vizinhas de Guaratinguetá, Campinas e Parnaíba; mais tarde estabeleceu-se em Itu, na comunidade dos “Padres do Patrocínio”.
Em 1821 foi eleito deputado por São Paulo nas Cortes de Lisboa onde fez um discurso em favor da Independência do Brasil e teve que fugir para a Inglaterra, regressando ao Brasil após a proclamação da independência em 1822. Foi contra a Constituição de 1824 e a crise se instalou até 1831 com a abdicação de D. Pedro em favor de seu filho D. Pedro II.
Até a maioridade de D. Pedro II o Brasil foi governado por Regentes. Sua posição liberal o fortaleceu para se tornar Regente do Império em outubro de 1835. Fundou o Partido Progressista que deu origem ao Partido Liberal, renunciou em 19 de setembro de 1837. Participou da Revolta Liberal em 1842. Morreu em 10 de novembro de 1843 em São Paulo.
HISTÓRIA DO MUSEU PAULISTA (OU, MUSEU DO IPIRANGA)
Museu Paulista, ou Museu do Ipiranga, em São Paulo
O Museu Paulista foi inaugurado em 7 de setembro de 1895 como museu de História Natural e marco representativo da Independência, da História do Brasil e Paulista. Seu primeiro núcleo de acervo foi a coleção do Coronel Joaquim Sertório, que constituía um museu particular em São Paulo.
No período do Centenário da Independência, em 1922, foi reforçado o caráter histórico da instituição. Formaram-se novos acervos, com destaque para a História de São Paulo. Realizou-se a decoração interna do edifício, com pinturas e esculturas apresentando a História do Brasil no Saguão, Escadaria e Salão Nobre. Foi instalado o Museu Republicano “Convenção de Itu”, extensão do Museu Paulista no interior do Estado.
Ao longo do tempo, houve uma série de transferências de acervos para diferentes instituições. A última delas foi em 1989, para o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. A partir daí, o Museu Paulista vem ampliando substancialmente seus acervos referentes ao período de 1850 a 1950 em São Paulo.
Atualmente, o Museu Paulista possui um acervo de mais de 125.000 unidades, entre objetos, iconografia e documentação textual, do século 17 até meados do século 20, significativo para a compreensão da sociedade brasileira, especialmente no que se refere à história paulista e conta com uma equipe especializada de curadoria. Desenvolve também um Projeto de Ampliação de seus espaços físicos.
O Museu Paulista ou Museu do Ipiranga em construção

A CASA DO GRITO
Casa do Grito, no Parque da Independência, ao lado do Monumento, em São Paulo
A Casa do Grito tem sido motivo de pesquisas sistemáticas sobre seu valor histórico como técnica construtiva, a fim de desvinculá-la do cenário da Proclamação da Independência ocorrida em 1822. Sua denominação deve-se à associação com o quadro de Pedro Américo, intitulado “Independência ou Morte”, onde é retratada uma casa com características semelhantes. No entanto, o documento mais antigo referente a esse imóvel é datado de 1844 e consta dos autos do inventário de Guilherme Antonio de Moraes. Posteriormente, a pequena casa pertenceria a diferentes proprietários, até ser adquirida, em 1911, pela família Tavares de Oliveira, que permaneceu como moradora até a sua desapropriação pela municipalidade em 1936.
Quadro de Pedro Américo de Figueiredo “Independência ou Morte”. A tela “Independência ou Morte” pintada por Pedro Américo foi encomendada por Pedro II ao artista e foi pintada em 1888 em Florença (Itália). O quadro encontra-se no Salão Nobre do Museu Paulista.
O quadro mede 4,15m de altura por 7,60m de largura. Para construir o quadro o pintor fez uma série de estudos, uma vez que pintou 66 anos depois que o grito do Ipiranga tinha ocorrido.
Uma curiosidade que podemos observar no quadro é que na parte da extrema direita da tela uma pequena casinha servindo de pouso de tropas no “Caminho do Mar” que ligava São Paulo a Santos. Chama-se hoje Casa do Grito porque aparece na tela, mas, na realidade, data de meados do século XIX e não fazia parte do cenário da Independência.
A construção que simboliza a Casa do Grito
O interior da Casa do Grito procurou manter a originalidade da construção

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