terça-feira, 30 de junho de 2020

Planos de saúde estão obrigados a cobrir teste para Covid-19


A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) publicou no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (29) a inclusão do teste sorológico para o novo Coronavírus na lista de coberturas obrigatórias dos planos de saúde.

Os exames sorológicos - pesquisa de anticorpos IgA, IgG ou IgM (com Diretriz de Utilização) detectam a presença de anticorpos produzidos pelo organismo após exposição ao vírus. A cobertura já está valendo.

O procedimento passa a ser de cobertura obrigatória para os planos de saúde nos segmentos ambulatorial, hospitalar (com ou sem obstetrícia) e referência, nos casos em que o paciente apresente ou tenha apresentado um dos quadros clínicos descritos a seguir:

  • Síndrome Gripal: quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação febril ou febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta ou coriza ou dificuldade respiratória.
  • Síndrome Respiratória Aguda Grave: desconforto respiratório/dificuldade para respirar ou pressão persistente no tórax ou saturação de oxigênio menor do que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou rosto.

O exame é feito com o uso de amostras de sangue, soro ou plasma e pode ser realizado por meio das técnicas de imunofluorescência, imunocromatografia, enzimaimunoensaio e quimioluminescência.

Como a produção de anticorpos no organismo só ocorre depois de um período mínimo após a exposição ao vírus, esse tipo de teste é indicado a partir do oitavo dia de início dos sintomas.

De acordo com a ANS, a inclusão dos exames no rol de procedimentos obrigatórios para planos de saúde foi tomada em reunião colegiada da ANS na semana passada, em cumprimento a uma decisão judicial.

"Até hoje, a ANS não havia incluído o exame no rol de cobertura obrigatória. O teste é de extrema importância para que a sociedade comece a retomar a vida econômica com segurança e a agência regulatória deixava sua ineficiência visível ao não determinar a obrigatoriedade do exame para os planos de saúde", diz o advogado Rafael Robba, especializado em direito à saúde do escritório Vilhena Silva Advogados.

Desde de março, estava garantido aos clientes de planos de saúde a cobertura do exame RT-PCR, que identifica a presença do vírus no paciente. É feito por meio de coleta da secreção da garganta e do nariz, com ajuda de um tipo de cotonete. Esse teste, porém, não detecta infecções em estágio inicial ou anticorpos produzidos após a cura da doença.

A COVID-19

Doença causada pelo novo coronavírus (chamado de Sars-CoV-2) que provoca infecções respiratórias. Como a Covid-19 é muito recente, não é possível falar em sequelas prolongadas. Até o momento, as informações são obtidas com base no que já se sabe de outras infecções respiratórias e observando os casos atuais

Quais são os sintomas?

  • Falta de ar
  • Cansaço aos esforços
  • Diminuição da tolerância das atividades físicas mesmo que habituais
  • Tosse

SEQUELAS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Após a alta, há pacientes com alterações no sistema respiratório como:

  • Disfunção pulmonar
  • Redução na capacidade de troca gasosa e difusão
  • Redução dos volumes pulmonares

Fibrose pulmonar - Se desenvolve a partir da reparação dos tecidos inflamados pela doença. Quando a inflamação regride, o corpo começa a reparar os tecidos. Frequentemente, esse reparo recupera o mesmo formato e função do órgão. Mas, em outros casos, pode levar à formação de uma cicatriz (um tecido mais duro, que não conserva as funções naturais). Este endurecimento no pulmão implica em perda da elasticidade

Embolia pulmonar - Obstrução das artérias dos pulmões por coágulos. A Covid-19 pode levar à formação de coágulos e microcoágulos em partes como o pulmão e o cérebro. Assim, o bloqueio reduz a capacidade de oxigenação do sangue, o que pode levar a uma sobrecarga do coração (alterando seu funcionamento)

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Você tem medo de quê? - Já somos uma geração traumatizada pelo medo


Medo do vírus. Medo da morte. Medo da depressão. Medo da dor. Medo da ansiedade. Medo da incerteza. Medo da desesperança. Medo do amanhã. Medo do hoje. Medo do erro. Medo da loucura. Medo da doença. Medo do abandono. Medo da maldade. Medo do pânico. Medo do desespero. Medo da guerra. Medo do sofrimento. Medo da impotência. Medo de tudo.

Medo de sair de casa. Medo de viajar. Medo de uma vida sem propósito. Medo de desistir de lutar. Medo de desperdiçar o tempo com o que não é importante. Medo de ser inútil e improdutiva. Medo de não confiar nas pessoas. Medo de não conseguir cuidar e proteger quem eu amo. Medo de não fazer tudo o que eu posso para minimizar o sofrimento. Medo de não conseguir dormir e me alimentar. Medo das crises políticas e econômicas. Medo de não ter força, coragem e equilíbrio para conseguir sobreviver física e mentalmente. Medo de nunca mais ter tesão. Medo de perder tudo.

Medo dos velhofóbicos. Medo dos perversos. Medo dos odientos. Medo dos violentos. Medo dos bandidos. Medo dos cruéis. Medo dos irracionais. Medo dos autoritários. Medo dos torturadores. Medo dos homofóbicos. Medo dos preconceituosos. Medo dos vampiros. Medo dos parasitas. Medo dos mentirosos. Medo dos insanos. Medo dos ignorantes. Medo dos fanáticos. Medo dos corruptos. Medo dos ladrões. Medo dos aproveitadores. Medo dos insensatos. Medo dos sádicos. Medo dos criminosos. Medo dos genocidas. Medo dos desumanos. Medo dos psicopatas. Medo dos sociopatas. Medo dos intolerantes. Medo dos ditadores. Medo dos monstros. Medo dos truculentos. Medo dos tiranos. Medo dos sanguinários. Medo dos racistas, dos machistas, dos egoístas, dos narcisistas, dos oportunistas, dos fascistas, dos nazistas, dos absolutistas, dos extremistas, dos totalitaristas, dos negacionistas, dos terraplanistas e dos outros istas.

Medo dos meus medos.

Você tem medo de quê?

Mirian Goldenberg

Antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio, é autora de "A Bela Velhice". - FOLHA ON LINE

terça-feira, 23 de junho de 2020

Saiba como fazer escritura de imóvel sem sair de casa


Já é possível comprar ou vender um imóvel sem sair de casaO Conselho Nacional de Justiça instituiu no final de maio a plataforma e-Notariado, gerenciada pelo CNB/CF (Colégio Notarial do Brasil/Conselho Federal), entidade que reúne os cartórios de notas do país. 
Por meio dela é possível fazer escrituras, testamentos e divórcios, entre outros atos, pela internet. No caso das escrituras, a nova plataforma dispensa a necessidade de comparecer em cartórios de notas e de registro de imóveis. 
O processo tradicional da escritura exige uma série de documentos, entre eles a certidão atualizada do imóvel, documentos de identificação pessoal e certidões negativas do vendedor junto a Receita Federal e Justiça trabalhista. 
Depois de reunir toda a papelada, as partes levam esses documentos pessoalmente até o cartório de notas para serem analisados pelo tabelião. Se tudo estiver correto, ele vai montar a escritura do imóvel e chamar vendedores e compradores para reconhecerem e assinarem o documento. 
O comprador precisa então levar a escritura assinada para o cartório de registro de imóveis. Se não fizer isso, mesmo com o papel assinado, o imóvel não estará oficialmente no seu nome
O cartório vai analisar mais uma vez os documentos e a escritura. A instituição tem um prazo de 30 dias para esse processo. Quando tudo estiver certo, o cartório faz o registro da matrícula do imóvel, e o comprador pode ir até o local para retirar o documento. 
Agora, o processo continua o mesmo, mas ele acontece totalmente na internet. 
Como explica o advogado Marcelo Valença, sócio do escritório ASBZ, é possível conseguir a documentação necessária para a compra e venda de imóveis pelo site registrodeimoveis.org.br, que então é encaminhada ao tabelião.
Com a escritura pronta, as partes envolvidas se reúnem em uma videoconferência conduzida pelo tabelião dentro do sistema e-Notariado, onde o documento é lido e assinado digitalmente. Também é possível que cada parte faça uma videoconferência separada. 
A assinatura digital só pode acontecer se o vendedor e o comprador tiverem certificados digitais em seus nomes, que pode ser um certificado criado pela plataforma e-Notariado, gratuito, ou do padrão ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Pública Brasileira), informa a CNB/CF. O certificado garante a autenticidade daquele registro, ou seja, que a pessoa é quem diz ser. 
Dependendo da profissão, é comum que já se tenha um certificado digital, como entre advogados e contadores, conta Talita Brito, gerente jurídica da construtora MBigucci. Mas, se a pessoa não tiver o documento antes de dar entrada no processo da escritura, vai ter que comparecer uma vez ao cartório de notas para validar seu novo certificado pela plataforma e-Notariado. 
Depois de coletar as assinaturas, o tabelião vai enviar digitalmente a escritura para o cartório de registro de imóveis. Não é preciso retirar o documento em pessoa no cartório, ele é enviado virtualmente no final do processo. 
Segundo Valença, isso deve diminuir bastante o tempo gasto para se fazer a escritura de um imóvel, que antes poderia levar de um a três meses.
Também é uma mudança positiva para quem não pode estar presente em pessoa para assinar a escritura, seja pelo isolamento social ou por morar em outra cidade ou país. 
Brito conta que um cliente da construtora que mora nos Estados Unidos deve fazer o processo virtual para conseguir a escritura do seu imóvel, lançado recentemente pela empresa. “Sem isso, ele teria que ir até o consulado brasileiro e outorgar uma procuração para alguém que está no Brasil, é um processo mais caro e demorado”, afirma. 
Os dois advogados acreditam que o sistema de escritura eletrônica vai continuar operando depois da pandemia e ganhar cada vez mais popularidade, à medida que mais cartórios se equipam para poder trabalhar dessa maneira. “Para a gente que viveu esse sistema como era antigamente, é uma revolução”, diz Valença.
“A escritura digital vai virar a regra e a exceção será aparecer presencialmente no cartório”, afirma Brito.  
Fonte: FOLHA

segunda-feira, 15 de junho de 2020

8 PASSOS PARA MANTER O FOCO NO HOME OFFICE



Prepare a mesa do escritório 
Deixe o espaço arrumado para evitar distrações e decore esse ambiente com objetos que lembrem sua atividade, como agendas, livros, porta-retratos que eram usados no escritório, planejadores e canetas
Crie rituais
Adote hábitos que vão ajudar o seu cérebro a entender que você está fazendo algo diferente de descansar no ambiente doméstico. Entre eles, tomar banho ao acordar, vestir as roupas que normalmente são usadas para ir ao escritório e escolher músicas diferentes das escutadas em momentos de lazer
Siga uma rotina 
Não adianta só reservar horário para o trabalho: pense em um cronograma para todas as atividades do dia. Colocar o planejamento no papel ajuda o cérebro a automatizar tarefas. A agenda pode ser organizada de forma semanal ou a cada três dias
Converse com a família 
Mantenha um diálogo com filhos e companheiros para sinalizar como eles farão parte da sua rotina. Faça acordos para ter ambientes mais silenciosos e horários dedicados ao trabalho e à convivência
Faça pausas 
Quebre o trabalho em ciclos. Eles podem ter cerca de 20 minutos, mas cada pessoa pode encontrar o intervalo que faz mais sentido para ela. Além disso, é recomendável levantar e alongar pernas e costas a cada duas horas
Coloque fone de ouvido
É possível encontrar em sites, aplicativos e páginas do YouTube músicas para facilitar a concentração. Quem fica em ambientes barulhentos pode usar fones que bloqueiam ruídos
Pense na ergonomia
Para evitar dores no corpo com o passar do tempo, siga essas orientações: mantenha os pés apoiados no chão (use um suporte se preciso); forme um ângulo de 90 graus com os braços em relação à mesa; nivele o topo da tela do computador com a altura dos olhos e deixe uma distância de mais ou menos um braço (de 50 a 75 cm) entre você e o computador. A iluminação do ambiente também é importante. O ideal é que não haja sombras ou reflexos na tela do computador, o que pode deixar ainda mais cansativa a exposição contínua à tela
Tenha cuidado com redes sociais 
Para não se distrair com o celular, você pode usar aplicativos que regulam notificações ou separar um tempo exclusivo para essa atividade
Fontes: Christian Barbosa, especialista em produtividade e empresário; Fabiano Moulin, médico-assistente do departamento de Neurologia da Unifesp; Mariana Digiovanni, médica do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie; Saulo Velasco psicólogo e fundador da Lupa - Educação Ampliada

quinta-feira, 11 de junho de 2020

CORPUS CHRISTI


Nesta quinta-feira, 11, a Igreja celebra a festa de “Corpus Christi”. É uma celebração onde se realiza uma procissão pelas vias públicas, Missa e adoração ao Santíssimo Sacramento, com o objetivo de estimular, entre os diocesanos, o espírito de unidade e fraternidade, por meio do mistério da Eucaristia – o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.
Em artigos publicados no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), bispos opinam sobre o real significado da celebração na vida do povo cristão.
O Cardeal Odilo Pedro Scherer e arcebispo de São Paulo (SP), em artigo publicado, afirma que o Corpus Christi “destaca o dom da Eucaristia e coloca em evidência os mistérios centrais de nossa fé e da vida cristã”.
“Saímos de nossas igrejas e vamos, com Jesus na Eucaristia, para as ruas e praças de nossas cidades, anunciando que ‘Ele está no meio de nós’ e habita conosco e orienta nossa história; nossas atividades cotidianas, nossas ocupações profissionais e responsabilidades sociais, nosso convívio social, nada disso é indiferente à nossa fé: em tudo somos ‘testemunhas de Deus’, discípulos missionários de Jesus Cristo”.
Em artigo intitulado por ‘Festa do Corpo de Deus’, o bispo de Santa Cruz do Sul (RS), Dom Canísio Klaus diz que Corpus Christi é uma “manifestação pública de fé, Corpus Christi é a festa da comunhão e da ação de graças. Por meio dela, enquanto se elevam hinos de ação de graças, se expressa também o desejo de viver uma íntima relação com Deus e uma fraterna comunhão com os irmãos”.
Para o arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), Dom Orani João Tempesta, a solenidade traz à tona a reflexão das responsabilidades cristãs, perante a vida e o Evangelho. “É a grande solenidade que nos pergunta sobre o Mistério da presença de Deus na história e em nossa vida. É também uma oportunidade de, nestes tempos de perda de valores, principalmente do esquecimento de Deus, cada um de nós nos recolocarmo a caminho d’Aquele com quem já nos encontramos, mas que necessitamos de continuar buscando-O ainda mais. Esta solenidade coloca-nos no centro e sentido de todas as demais celebrações.”
Tradição
Em 1983, o novo Código de Direito Canônico – canôn 944 – estipulou que fosse mantida a obrigação de manifestar 'o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia' e 'onde for possível haja procissão pelas vias públicas'. Cada diocese se mobiliza para realizar a celebração, por isso cabe aos bispos escolherem de que forma a festa será promovida, para garantir a participação dos diocesanos.
Na data existe a tradição de enfeitar as ruas com tapetes que cobrem o trajeto por onde passará a procissão de Corpus Christi. Feitos com serragem colorida, flores, vidro moído, pó de café e outros materiais, a confecção desses tapetes, de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa, mobiliza grande número de fiéis. Essa procissão do povo de Deus, recorda a busca à Terra Prometida. No Antigo Testamento, esse povo foi alimentado com maná, no deserto, e hoje, é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.
Fonte: Canção Nova

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Distância de ao menos 1 m, máscara e proteção para olhos reduzem contágio de Covid-19


Distanciamento de pelo menos 1 metro e o uso de máscaras e proteção para os olhos ajudam a diminuir a transmissão da Covid-19, aponta um estudo que revisou 172 pesquisas relacionadas à infecção por Sars (Síndrome respiratória aguda grave), Mers (Síndrome respiratória do Médio Oriente) e Sars-CoV-2, o vírus causador da Covid-19.
A pesquisa foi publicada nesta semana na revista médica inglesa The Lancet.
Os pesquisadores levaram em conta estudos observacionais feitos em 16 países e seis continentes com milhares de pacientes.
Na revisão realizada, os cientistas observaram que a transmissão dos vírus era menor com distâncias de no mínimo 1 metro entre as pessoas. O efeito de proteção aumentava conforme a distância, com um distanciamento indicado de 2 metros ou mais se possível.
Nos estudos sobre distância física, observou-se que a chance de de contaminação em espaçamentos inferiores a 1 metro era de quase 13%, mas com distanciamento maior do que 1 metro era de apenas 2,6%.
Em relação às máscaras —caseiras, cirúrgicas, N95 etc.—, a chance de infecção sem o uso da proteção era de 17,4% e de 3,1% com o uso.
Por fim, a proteção dos olhos (com escudos de rosto ou óculos) é capaz de reduzir o risco de infecção de 16% para 5,5%.
Os cientistas destacam, porém, que nenhuma dessas medidas garante uma total proteção contra uma possível infecção.
Além disso, os autores também afirmam que não encontraram estudos randomizados sobre o tema, o que elevaria o grau da evidência científica disponível.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

Os alimentos que comemos, o ar que respiramos, a água que bebemos e o clima que torna nosso planeta habitável vêm da natureza. Somos mais dependentes do que imaginamos de sua rede interconectada e do seu delicado equilíbrio.

Contudo, esse é um momento singular em que a natureza está nos mandando uma mensagem. Ela está nos mostrando que a vida como a conhecemos está à beira de um colapso.

É hora de acordar. De tomar consciência. De repensar nossa relação com o meio ambiente.

É hora de soltar a voz e dizer ao mundo que precisamos agir. Esse Dia Mundial do Meio Ambiente é a hora da Natureza.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Superfícies podem transmitir o coronavírus?



O medo de contrair o coronavírus por contato com superfícies contaminadas levou muitas pessoas a passar os últimos meses limpando produtos de supermercado, deixando pacotes sem abrir por um tempo e ficando estressadas ao ter de tocar os botões do elevador.
Qual é o risco de contrair a Covid-19 de um objeto ou superfície contaminado?
Uma confusão foi gerada após o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) fazer modificações no site, na semana passada. Redes sociais e veículos sugeriram que a agência teria atenuado recomendações da transmissão do vírus por superfícies e que isso deixou de ser preocupação.


O CDC emitiu uma nota para esclarecer o caso. “Com base em estudos de laboratório, é possível uma pessoa contrair Covid-19 por tocar uma superfície ou um objeto que está com o vírus e depois tocar sua boca, nariz ou olhos”, escreveu. “Mas acredita-se que essa não seja a principal via de transmissão da doença.”
Isso significa que podemos pegar o coronavírus por tocar uma maçaneta de porta? Compartilhar uma travessa de comida com outra pessoa?
A resposta, teoricamente, é sim, razão pela qual você deve lavar as mãos com frequência e evitar tocar seu rosto. Estudos sobre influenza, rinovírus, coronavírus e outros micróbios mostram que as doenças respiratórias, como o coronavírus, podem ser propagadas pelo contato com superfícies, especialmente em creches, escritórios e hospitais.
“O que dizem é que superfícies que são tocadas por muitas pessoas, como corrimões, grades, maçanetas e botões de elevadores não são os principais condutores da infecção nos Estados Unidos”, disse Erin Bromage, imunologista e professora de biologia na Universidade do Massachusetts.

“Ainda assim, é má ideia tocar o próprio rosto. Se uma pessoa infecciosa tossir sobre a própria mão, depois cumprimentar você com um aperto de mãos e você esfregar seus olhos, você será contaminado”, completa Bromage.
Um surto do coronavírus associado a um shopping em Wenzhou, na China, pode ter sido desencadeado pela transmissão por superfícies.
Em janeiro, sete pessoas que dividiam um escritório no shopping adoeceram quando um dos colegas de trabalho retornou de Wuhan. O shopping foi fechado. Funcionários da saúde rastrearam outras 24 pessoas que ficaram doentes, como mulheres que haviam feito compras no shopping, além de seus amigos.
Nenhuma delas tivera contato com os funcionários do escritório, os doentes originais. Os pesquisadores especularam que a fonte da transmissão teria sido o banheiro feminino ou os elevadores do shopping.
Outros estudos usaram marcadores fluorescentes invisíveis —falsos micróbios que reluzem sob luz negra— para rastrear como os germes se propagam.
Em uma série de experimentos, 86% dos funcionários de um escritório foram contaminados quando marcadores em spray ou pó foram colocados sobre objetos que são tocados com frequência. Quando o marcador em pó foi colocado sobre uma torneira e a maçaneta da porta do banheiro, o resíduo foi encontrado nos rostos e mãos dos funcionários, telefones e cabelos.
A partir de um telefone que foi compartilhado, o marcador se espalhou para escrivaninhas, copos, teclados, canetas e maçanetas. E apenas 20 minutos depois de os funcionários chegarem em casa, os falsos germes foram encontrados sobre mochilas, chaves, carteiras, maçanetas, interruptores e eletrodomésticos.
Assim, a melhor forma de nos protegermos do coronavírus ainda é manter o distanciamento, lavar as mãos, não tocar o rosto e usar máscaras.
Daniel Winetsky, pós-doutorando de doenças infecciosas da Universidade Colúmbia, explica a importância do distanciamento.
“Gotículas produzidas quando falamos, tossimos e espirramos caem principalmente sobre nossas mãos e podem cair sobre as de outras pessoas que estão a menos de dois metros de distância.”
Fonte: FOLHA UOL - NY TIMES 

FELIZ 2021