Que fumar faz mal, todo mundo sabe. O difícil, em muitos casos, é conseguir abandonar o cigarro.
Além da dependência química provocada pelo cigarro, o costume diário de fumar também pesa na dificuldade para abandonar o fumo, segundo Jaqueline Scholz, diretora do programa de tratamento de tabagismo do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP).
O nervosismo relacionado ao abandono também pode pesar nesse momento. “Alguns pacientes falam isso. Fiquei um dia sem fumar e briguei com todo mundo. Em uma semana minha mulher pediu para voltar a fumar. Tem gente em que a abstinência é tão importante que não consegue se concentrar, fica extremamente irritado”, diz Scholz.
Há, em linhas gerais, duas formas de abandonar o vício. Uma delas é uma parada abrupta e a outra é diminuir gradativamente a quantidade diária de cigarros —que, sempre vale lembrar, têm mais de 7.000 químicos, dos quais pelo menos 250 podem causar problemas de saúde e 69 associados a câncer.
Scholz afirma que, ligado ao início do processo de abandono, deve-se ter uma motivação forte, como preocupações com a saúde —logicamente— e até mesmo motivos estéticos, como a pele e dentes melhores. Se esses problemas não forem suficientes, pense nas suas finanças. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), fumantes podem consumir entre 5% e 15% da renda na compra de cigarros.
A partir disso, pode-se desenhar o plano para abandonar o cigarro. “Se a pessoa vê que o processo está difícil, sofrido, ela pode procurar ajuda”, diz a especialista.
A alimentação é outra área a se prestar atenção. Muitas pessoas acabam compensando a abstinência com comida, o que pode levar a ganho de peso. Nesses casos, ajuda especializada com uso de medicamentos também pode ajudar.
“Tabagismo é tão grave que, mesmo que você ganhe peso, o processo ainda se torna benéfico. Mas para a pessoa que ganha peso, há perda em qualidade de vida", afirma Scholz.
Fica claro que parar de fumar é difícil. Então, é normal ter que tentar mais de uma vez, o importante é não desistir.
Quem estiver precisando de ajuda pode também ligar para os números 136 ou 0800 61 1997, os números do Disque Saúde, do Ministério da Saúde.
Fonte: FOLHA
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